domingo, 1 de janeiro de 2012

Henry Miller (1891-1980) - escritor norte-americano


“Agora que conseguimos fracionar o átomo, o cosmos está escancarado.”

“O homem estende a mão para cima, Deus para baixo; às vezes seus dedos se tocam.”

“Uma igreja é derrubada e outra construída; uma forma de sociedade é abolida e outra surge em seguida. As forças e emanações persistem. Os rebeldes criam apenas novas formas de tirania. Tudo o que se sofre enquanto indivíduo, todos sofrem como membros da sociedade.”

“É tão natural para os judeus serem sujos quanto para os alemães serem arrumados; os irlandeses, pobres; e os católicos, ignorantes.”

“Meu Velho, se Tu de fato existes, a única coisa que Te invejo são as Tuas memórias.”

“Que glória a vida dos padres! Grandes filés ao ponto; charutos cubanos; uma rápida escapadela de quando em vez até o bordel, ou o convento – quem sabe; um monte de sacanagens em primeira mão por trás da cortininha do confessionário... Não admira que eles andem por aí, lépidos e satisfeitos. O padre me lembra sempre o quarto traseiro de uma vitela...”

“Aqui entre nós e o poste da rua, senti-me como um pneu furado.”

“Havia mais cristal lá dentro do que seria possível quebrar com um bastão de beisebol.”

“Nos velhos tempos, bastavam pombos como divertimento a qualquer um. O sujeito não tinha de ir ao cinema ou arriscar o pescoço, deslocando-se para qualquer lugar num veículo de lata. Ora bolas! E se o cara tomasse várias cervejas no domingo, isso só lhe podia fazer bem. Ele se convertia num cidadão de espírito público, digno de votar na chapa do Partido Democrata.”

“A prosódia das estrelas pode ser explicada na sala de aula por um diagrama, mas a poesia das estrelas está no encontro silencioso de espírito com espírito, na confluência da luz e da treva, ali onde o infinito beija a fronte do finito, ali onde se ouve a música do “Eu Sou Grande” que sai do órgão da criação através dos seus incontáveis tubos em harmonias sem fim.”

“Eu sou um grotesco escrito numa folha seca de carvalho vomitada por uma tempestade no fim do inverno.”

“Só agora me dei conta do que a vida pode conter. Sinto essa vida entoando dentro de mim, entoando Aleluias!”

“Há que fazer alguma coisa – não importa que seja louca, não importa que seja terrível! Dizer alguma coisa à face do mundo, responder à vida com a vida. Ataquem... libertem-se das garras de uma existência confortável...”

“Ah, o amor transforma o coração do homem num jardim de fungos, um jardim luxuriante e vergonhoso no qual cogumelos em forma de guarda-chuva, misteriosos e despudorados, erguem suas cabeças.”