segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Arthur Schnitzler (1862-1931) - escritor austríaco


 “(...) não é de causar arrepios o fato de a gente falar, sem a menor preocupação, das coisas mais terríveis em tempos felizes, adotando uma postura até brincalhona e descontraída em relação a elas, como se elas ameaçassem apenas a outros e jamais pudessem acontecer conosco! E eis que aí elas de fato acontecem e a gente não as entende, mas mesmo assim acaba aceitando-as; e o tempo segue seu curso e a gente vive; a gente dorme na mesma cama que outrora dividia com o amado, bebe do mesmo copo que ele um dia tocou com seus lábios, colhe morangos sob a sombra do mesmo pinheiro onde os apanhava com aquele que jamais voltará a colhê-los; e, ao final das contas, parece que a gente ainda não entendeu nem a morte nem a vida de todo.”

 “Sabemos que a morte é uma coisa amarga e que a virtude é uma palavra vazia, e também que não se deve perder as chances que a vida nos dá.”


Zygmunt Bauman (1925) - sociólogo polonês




“O fato de outros discordarem de nós (não prezarem o que prezamos, e prezarem justamente o contrário; acreditarem que o convívio humano possa beneficiar-se de regras diferentes daquelas que consideramos superiores; acima de tudo, duvidarem de que temos acesso a uma linha direta com a verdade absoluta, e também de que sabemos com certeza onde uma discussão deve terminar antes mesmo de ter começado), isso não é um obstáculo no caminho que conduz à comunidade humana. Mas a convicção de que nossas opiniões são toda a verdade, nada além da verdade e sobretudo a única verdade existente, assim como nossa crença de que as verdades dos outros, se diferentes da nossa, são “meras opiniões”, esse sim é um obstáculo.”