terça-feira, 21 de junho de 2011

Guy de Maupassant (1850-1893) - escritor francês


“Festa da República. Passeei pelas ruas. Os petardos e as bandeiras me divertiam como se fosse uma criança. No entanto, é uma grande tolice ficar alegre em data fixa, por decreto do governo. O povo é um rebanho imbecil, ora estupidamente paciente, ora ferozmente revoltado. Dizem-lhe: “Diverte-te.” Ele diverte-se. Dizem-lhe: “Vai lutar com teu vizinho.” Ele vai. Dizem-lhe: “Vota pelo Imperador.” Ele vota pelo Imperador. Depois, dizem: “Vota pela República.” E ele vota pela República. Os que o dirigem são igualmente imbecis; mas, em vez de obedecerem a homens, eles obedecem a Princípios, os quais só podem ser tolos, estéreis e falsos, pelo próprio fato de serem princípios, isto é, idéias consideradas certas e imutáveis, neste mundo onde não se tem certeza de nada, já que a luz é uma ilusão, já que o ruído é uma ilusão.”

“De fato, a solidão é perigosa para as inteligências que trabalham. Necessitamos, à nossa volta, de homens que pensem e que falem. Quando permanecemos muito tempo sozinhos, povoamos o vazio de fantasmas.”

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